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Para
ser feliz é preciso se amar |
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Sabemos que há vários conceitos para amor:
amor de filho ou de mãe, amor-vida, amor-negação de si, amor-valor e alguns
outros. Qualquer que seja o conceito que você escolha para esta reflexão,
exceto o conceito intuitivo porque este se adapta aos nossos próprios
interesses e saberes, não há a necessidade do amor-próprio para se alcançar o
estado de felicidade. Há a possibilidade em alguns casos e até a
obrigatoriedade de limitá-lo em outros.
Por que sou feliz? O que me faz feliz? l Posso ser feliz
porque me sinto amado, protegido e tenho algumas fontes regulares de prazer. l Posso ser feliz por
ver o sucesso do meu filho ou de outra pessoa que eu ame, seja ou não
resultado de meus sacrifícios para tanto. l Posso ser feliz
porque realizei alguns projetos relevantes, certamente com muito suor. l Posso ser feliz
porque tenho algum poder sobre a minha vida, o meu sucesso e as minhas
escolhas. l Posso ser feliz por
ver o bem prosperar e o mal sucumbir, isto me dá muita satisfação. l Posso ser feliz
porque tenho algum poder para proteger os que amo. Ou facilitar-lhes a
própria felicidade. l Posso ser feliz
porque pessoas que considero importantes me valorizam. l Posso ser feliz
porque penso estar fazendo as coisas certas, esteja ou não. l Posso ser feliz
porque gosto do que faço. l Posso ser feliz
porque realizei meu projeto de vida. Ora, o amor-vida é fundamental em todas essas
situações, mas certamente aplicar o amor em si mesmo, não. Por vezes é
necessário se sacrificar para alcançar objetivos e projetos, é preciso
priorizar, cuidar de ou amar outra pessoa, projeto ou entidade para atingir
seus intentos, é obrigatório não dispersar muito tempo e valores em si mesmo
para realizar seus sonhos que, possivelmente, lhe trarão a tal satisfação e
felicidade. A auto valoração tem hora, fase da vida e
motivos, mas precisa ter limites. Por vezes investimos nosso amor numa
pessoa, num projeto, numa ideologia, num sonho, valorizando-os mais que a nós
mesmos. Investir nosso amor e algum sacrifício em estratégia, resistência,
resiliência e adaptação pode ser mais importante que o amar a si mesmo. Reflexão. Amar a si, polarização e controle
social. Reflexão. Amor-vida, investimento deste e
relação com a felicidade. Reflexão. Sobre o amar a si e a felicidade. Requisito para desenvolver estas reflexões: o
que você selecionou para o conceito de
felicidade. As pessoas que se amam e muito se valorizam,
só por isto, são felizes? Considere os reveses da vida: situações sem
condições, com poucos valores, doentias, sem realizações, sem outros amores,
acumulando fracassos. Algumas pessoas nestas condições se dizem e se sentem
felizes porque se amam. Mas não é o que percebemos com o seu comportamento e
expressões faciais. Aparentemente qualquer que seja o conceito de
amor e de felicidade que estejamos utilizando, a máxima – para ser feliz é
preciso se amar – é uma falácia, um pensamento Nebuloso. Reflexão. Por que nos enganamos com a máxima para
ser feliz é preciso se amar? 1) Por que nos agrada, nos agrega valores. 2) É uma falácia da falsa dicotomia. Pensamos
que ou aplicamos o amor em nós mesmos, ou nos outros – e isto é falso: o amor
não é limitado. Ao ser aplicado nos outros, não faltaria nem seria
insuficiente a nós mesmos. 3) Não estudamos nem nos ensinam os diversos
conceitos de amor e felicidade, agimos em acordo com as crenças e saberes
interiorizados (narrativas!), que são em acordo com os interesses do Sistema;
4) Reconhecemos a importância do amor na
nossa vida, mas concluímos erroneamente que devemos aplicá-lo em nós mesmos -
como a máxima induz e é do interesse do Sistema. Se não aplicamos nosso amor
em outros objetivos e sendas, mais difícil a tal felicidade. 5) Amor se distribui, não fica aplicado
apenas em um polo. Não são apenas dois polos como a crença nos faz pensar:
nós ou os outros para aplicar o nosso amor. Podemos distribuir entre nós, com
a terceira entidade, com outras pessoas, com projetos de vida e haja sonhos e
objetos para amar, facilitar a felicidade ou nos afastar dela. Quem defende a
expressão no topo deixa de perceber isto e aplicará menos amor em todas estas
possibilidades. 6) Há vários locais para aplicar o seu amor:
no próprio prazer, na sua imagem, no seu trabalho, no seu território (suas
conquistas), na sua casa, na sua família, na sua formação, na sua sociedade e
no seu país, por exemplo. Nosso amor pode ser dividido em tudo isto, mas
precisamos concentrar boa parte naquilo que pretendemos nos aplicar. Se o
aplicamos na família ou no trabalho, por exemplo, e esta família ou trabalho
prospera, certamente nos transbordaremos de felicidade. Não apenas por nós
mesmos, mas pelos outros envolvidos, já que os amamos. Neste caso, mais uma
vez, comprova-se que a expressão em epígrafe é uma falácia. Mas como o
isolamento e a polarização são do interesse do Sistema, a máxima tem espaços
garantidos nas mídias, na Cultura, na Educação e até nas religiões. Amar-se é necessário Não negamos a máxima no título deste texto,
sabemos que, regularmente, precisamos nos valorizar para tomar as melhores
medidas. Apenas acusamos que o caráter necessário que a acompanha a torna uma
narrativa, um pensamento Nebuloso com o interesse de manipular comportamentos
e facilitar o controle social pelo estímulo à polarização, ao egoísmo e ao
afastamento do conceito de terceira entidade. Todo mundo costuma ter amor-próprio, se
cuidar, fazer sua higiene, se preocupar com a sua estética, com seu
bem-estar, com a sua saúde. E não precisa se atentar que seu amor-próprio
supere todos os seus outros amores. Até porque, quando se preocupa muito em
centralizar seu próprio amor, está no caminho do egoísmo. Ou já o concluiu. Pessoas egoístas não desejam apenas objetos e
bens para si, acumulam também o próprio amor. Não estou dizendo que todos que
desenvolvem o amor-próprio são egoístas, sei que todos nós precisamos de uma
parcela desse amor, mas não precisamos ficar falando disto, ficar
justificando o egoísmo como se fosse amor-próprio, como é do interesse do
colonizador. Amor-próprio e cultura Em tempos idos o amor-próprio era sinal de
egoísmo. Na atualidade, é uma virtude. Não é e nunca foi pelo seu bem-estar,
tampouco pelo meu. Culturas tradicionais precisavam do nosso tempo, do nosso
interesse, do nosso comportamento e do nosso amor para sobreviverem. Sem o
empoderamento de cada um de seus membros, a sociedade sucumbiria. Nos dias de
hoje, pelo contrário, é necessário despotencializar a população como
comunidade para submetê-la a interesses além-mares. Portanto, penso que faz o
papel de inocente útil todo aquele que defende a máxima, assim como todo
aquele prioriza a Terceira Entidade. Mais uma vez: há outros caminhos. Voltar à relação Narrativas Nebulosas. |
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