Poder, mérito e riqueza

Eu mereço ser feliz

 


 

 

Reflexão Meritoso 01. Sobre a máxima eu mereço ser feliz.

Sabemos que é necessário se apresentar para receber valores e bens. Se você não informar, não será incluído no inventário e não receberá a herança que porventura tenha direito. Se você não reivindica seus direitos, vai perder alguns deles. Se não nos colocamos na posição de receber valores e defender direitos, mais facilmente podemos ser preteridos, desvalorizados ou explorados. Portanto se colocar como merecedor é necessário para receber bens, valores e até herança.

Mas com a felicidade não é assim que funciona. A felicidade não costuma ser uma questão de mérito! Nem de prazer momentâneo.

Quando alguém nos presenteia, sentimos prazer. Receber presentes, valores, elogios ou qualquer coisa de valor nos dá prazer na medida deste valor. E passa, em breve teremos outros desejos. Mas a autorrealização, a conclusão de objetivos, a certeza de ter feito as coisas certas, ou pelo menos com a devida intenção não se aliviam após o prazer e são pilares na tal felicidade. Felicidade não é algo que você, enquanto adulto, possa apenas receber. E este estado depende de receber condições, de pessoas e instituições como o prazer e o mérito. Mas também depende daquele que pretende ser feliz. Felicidade não é algo que você possa dar aos seus filhos, por exemplo, ela depende também da postura e atitudes de todo aquele que pretende ser feliz.

Quando merecemos algo, alguém ou alguma instituição é responsável pela entrega.

Reflexão Meritoso 02. Eu mereço ser feliz tem erro de lógica.

Imagine as pessoas mais próximas comentando: eu mereço ser feliz. Seu cônjuge, seu filho, seu pai, sua mãe, seu funcionário, seu patrão e seu amigo.  O meritoso, consciente ou não, se coloca em posição passiva e, ao mesmo tempo, coloca em alguém ou nalguma instituição o poder e a obrigação de lhe conferir o bem. Bem observou quem disse que todo meritoso se despotencializa. A quem isto interessa?

Reflexão Meritoso 03. Felicidade não é questão de mérito. Acho que é senso comum que podemos e devemos definir uma estratégia para alcançar a própria felicidade. Até devemos nos atentar aos nossos direitos para que possamos alcançar tal objetivo, e isto sempre envolve algum mérito, mas é senso comum que a felicidade não pode ser dada por alguém. Ora, a posição passiva, neste caso, provavelmente mais afasta que facilita: alguém que afirme que a felicidade é questão de mérito provavelmente está dificultando a obtenção.

Por mais que o discurso seja que cada um é responsável pela sua felicidade, de fato, todos os que acreditam que a merecem estão aguardando que alguém lhe forneça. É um evento doentio na vida dessa pessoa.

Questão. Felicidade não é questão de mérito. Por que tanto se divulga essa máxima?

 

Requisito: sinais de um pensamento nebuloso.

 

Continua em meritoso 02.

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