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   AA04.02   | 
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   Amor
  gato por lebre   | 
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   Neste texto pretendo apresentar, para a nossa reflexão, os dois
  conceitos mais populares de amor: o do filho e o da mãe. O primeiro tipo de
  amor costumamos oferecer, reconhecemos em nós mesmos por amor, mas não em
  outras pessoas. O outro é o que esperamos encontrar nas outras pessoas para
  reconhecer nelas o amor. E, apesar de serem bem diferentes, entendemos ambos
  como amor: não percebemos que o afeto que oferecemos é diferente daquele que
  esperamos, por isto o título gato por lebre, tantas discórdias
  familiares e cobranças afetivas. Regularmente pessoas clamam por mais amor E fazem postagens como: ü Não é que falte amor, amor nós temos de
  sobra, o grande problema do mundo sempre foi a má distribuição de tudo o que
  produz. ü Muitos falam de amor, mas poucos sabem
  amar.  ü Mais amor, por favor. ü O mundo precisa de amor. ü A falta de amor é a maior de todas as
  pobrezas. ü Todos deveriam amar mais e ser menos
  competitivos. ü Não falta amor, falta amar. Não clamam à toa, mas pelo desagrado de ofertarem amor e não serem
  correspondidos. Não percebem que oferecem um tipo de amor e reivindicam
  outro. Qual amor reconheço em mim mesmo Ao utilizar a expressão eu amo (algo ou alguém), eu entendo que
  desejo esse algo, ele tem valor para mim ou, de alguma forma, dependo dele.
  De fato, ele me é valioso e objeto de meus desejos. Neste caso, amar é desejar. Na primeira pessoa, ao desejar, afirmo e
  sinto que amo. Qual amor reconheço em outra pessoa Com exceção dos filhos e raras situações, para reconhecer que uma outra
  pessoa me ama não é suficiente que ela me valorize, deseje ou dependa de mim.
  É necessário que ela cuide de mim, que gaste ou invista seu tempo, seus
  valores, seus pensamentos, sua vida comigo.  Neste caso, amar é cuidar. Quase sempre só percebemos amor nas outras
  pessoas quando elas cuidam do objeto amado. Quando ambos amam e não se reconhecem amados Isto é bem comum nas relações conjugais: um ama o outro, mas espera que
  o outro cuide, invista, gaste. Decepciona-se porque tem a impressão de que o
  amor que investe não é correspondido. Como já comentei, investe o amor-valor
  ou dependência, aquele infantil, o amor-desejo, mas o outro não corresponde
  com o amor-cuidado, o amor de mãe. Desejam uma lebre, ofertam um gato e não
  percebem. Amores entre o filho e sua mãe  Acredita-se que estes dois amores tenham relação com a experiência
  infantil. Observe a relação do bebê de dois ou três anos de idade com sua
  mãe. Há amor entre eles.  O bebê ama a sua mãe, sente sua falta quando se afasta, interage com
  ela, investe tempo, pensa muito nela e tem grande dependência dela. Não dá
  para dizer que o bebê não ama sua mãe, reconhecemos o amor do filho.  Agora, o que a mãe sente pelo seu rebento também é amor, mas é outro
  tipo, já não é basicamente uma emoção, mas principalmente uma atitude, um
  gasto. Ela precisa protegê-lo, alimentá-lo, niná-lo, preocupa-se com o seu
  futuro e muitas outras coisas. E gasta seu tempo, seu corpo, seus valores,
  sua vida, suas provisões com o filho.  Reconhecemos amor aí, no que ela gasta, não na dependência que tem da
  relação ou no valor que coloca.  Muitos até afirmam: ü Amor, só de mãe.  ü Amar é cuidar.  ü Não é amor que falta, mas amar.  Veja o vídeo sobre alguns conceitos de amor: https://youtu.be/tqsSc-M30ew.    | 
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