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Reflexões para a Saúde |
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Os
Tipos de Síndrome do Túnel do Carpo |
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Tenho regularmente acusado a Medicina de sindromizar sintomas, o que aumenta o tempo de
tratamento, o consumo de fármacos e o número de seções. Um bom exemplo é a
síndrome do túnel do carpo: na prática, quase todos os casos são mais rápidos
de reabilitar se não a considerarmos uma síndrome, mas apenas um sintoma. E o
pior: ao se ignorar o diagnóstico diferencial o tratamento torna-se mais
longo e os casos de cirurgia aumentam. A quem isto interessa? O que é a síndrome do túnel do carpo? Como toda síndrome, este mal é caracterizado
por uma série de sintomas. Neste caso dor,
alterações da sensibilidade ou formigamentos no punho, regularmente até
choque ao forçar um pouco mais as mãos; redução da sensibilidade dos dedos
(exceto o mínimo); a dor costuma irradiar para o braço e chegar ao ombro,
normalmente se agravando durante o período noturno de descanso. Isto ocorre por compressão de um nervo ao
passar por um túnel no carpo - um espaço entre os ossos da base da mão por
onde esse nervo, o mediano, passa. Este nervo é responsável pela
sensibilidade e movimentos de alguns dos músculos da mão, do polegar e de
alguns dedos. Todos os trabalhos manuais acabam
prejudicados. Como pentear os cabelos, abrir portas, dirigir ou descascar
legumes. O que provoca este mal? Em acordo com textos da internet, geralmente
está associado a movimentos manuais repetitivos que provocam inflamação na
região, o que empurra o nervo em direção ao ligamento (tecido conjuntivo na
parte superior do túnel). Há uma pesquisa mostrando que não: que o índice de
incidência da síndrome em digitadores é o mesmo que na população geral, cerca
de 10%. Há quem afirme que a maioria dos casos não
parece relacionada a qualquer causa específica. Esta síndrome ocorre também em mulheres
durante a gestação, desaparecendo após o parto. Também pode ocorrer durante o
climatério ou na menopausa. Outros fatores podem estar associados a essa
compressão: deslocamento de um osso do carpo na direção do túnel (o osso
semilunar); edemas, luxação ou intumescências consequentes de lesões na
extremidade distal do rádio (parte do osso do braço junto às mãos); artrite
reumatoide; linfatite (inflamação no sistema
linfático); doença de Paget (que deforma ossos);
doenças da tireoide. Eu tenho certeza que o uso dos celulares
aumenta a incidência deste mal. Eu mesmo tive esse sintoma quando instalei o WhatsApp
no meu celular, que só melhorou quando apareceu o WhatsApp Web e eu passei a
esperar estar no computador para responder e enviar a maioria das mensagens. Como se trata? Médicos normalmente recomendam os
anti-inflamatórios e algum antálgico com ou sem relaxantes musculares. Aos
refratários e em casos de muita dor, injeção de corticóide. Há médicos que
recomendam logo a Fisioterapia, alguns que só a recomendam após a falha do
tratamento farmacológico e há aqueles que não acreditam na eficácia desta
terapia e encaminham os casos persistentes diretamente à cirurgia (que retira
o ligamento para aliviar o tendão). Eventualmente podem
receitar complexo B por causa da vitamina B6 (esta vitamina alivia o
sintoma e costuma ter níveis baixos em gestantes e as mulheres que utilizam
anticoncepcionais orais, mas não se comprova eficácia em outros casos). Fisioterapeutas costumam utilizar o ultrassom
pelo efeito anti-inflamatório e o TENS para o alívio das dores. Regularmente
utilizam movimentos cinestésicos que visam reduzir o edema local e orientam
atividades corretivas. Pode acreditar: estes recursos costumam retirar dos
seus pacientes a indicação cirúrgica. Síndrome ou sintoma? Da forma que foi apresentada, até parece uma
síndrome, não é mesmo? Só que não. Vamos primeiro destacar os motivos. Essa dor
pode ocorrer por calcificação, por desgaste, por luxação, por certos
hormônios, por espessamento do nervo, por artrose, por excesso de algumas
substâncias como a substância P ou o ácido lático e ainda por outros motivos.
Ora,
cada quadro destes requer um conjunto de recursos diferentes! Sim, espessamento do tendão comprime no
túnel. Sim, artroses podem comprimir o nervo. Sim, os ácidos graxos resultantes
de esforço repetitivo podem desgastar o nervo pelo mecanismo tamponagem (LER). Sim, luxação do semi-lunar pode apertar
o nervo. Sim, há vários hormônios que, por provocarem edema, acabam por
comprimir o nervo. E há ainda outros motivos para a dor. Luxação, LER,
artrose, gravidez e fibrose são problemas diferentes, bem diferentes,
requerem recursos diferentes, mesmo que todos tenham por sintoma a dor
naquele ponto. Ao se nomear o sintoma dor no carpo por compressão do
nervo mediano de síndrome do túnel do carpo,
cria-se a ilusão que é tudo a mesma coisa, daí existir apenas um protocolo
regular: anti-inflamatórios, analgésicos, TENS, ultrassom e, eventualmente,
cinesioterapia. Ora, há recursos mais eficazes em alguns desses quadros que
simplesmente não devem ser utilizados em outros! Imobilizar, deslizar a
articulação, cinesiologia, usar aquecimento ou gelo são recursos que
certamente terão ótimo efeito em alguns dos quadros chamados de síndrome de túnel do carpo e que não
devem ser utilizados em outros. Assim o diagnóstico não deveria parar na
identificação do sintoma, mas na correta identificação do mal. Ou seja, se esse mal for corretamente diagnosticado, o tratamento não será o mesmo em todos os quadros. Espera-se menor tempo de tratamento, menor número de seções, redução no consumo de fármacos, melhoria da qualidade vida, redução no número de cirurgias e outras vantagens. Agora, se o diagnóstico for a síndrome, todos
os quadros terão o mesmo tratamento! E apenas poucos recursos serão
utilizados. Bom para o sistema de Saúde, para os fisioterapeutas e para a
indústria farmacêutica - serão mais seções a receber, mais tempo gasto, mais
produtos vendidos. Mas nem tão bom para o paciente, certo? Certamente sei que os médicos não têm
interesse em atrasar o tratamento assim como há inúmeros fisioterapeutas que
não seriam capazes de prejudicar seus clientes. Mas o problema não são eles,
os profissionais, é o sistema. Se ninguém lhes oferecer as opções, se as
reflexões acima lhes são negadas durante a graduação, usarão apenas as que
aprenderam nas faculdades. Se lhes ensinam nas Faculdades que a síndrome
existe, é esperado que eles acreditem e utilizem os recursos que aprenderam
como os melhores. No caso dos fisioterapeutas, por exemplo, vejo o quanto se
esforçam por aplicarem recursos mais eficazes. Alternativos e massagistas
também. Ah sim. De todas as patologias que são
nomeadas síndrome do túnel do carpo, a única que realmente tem tratamento
longo e pode até acabar numa cirurgia é o espessamento do tendão. E há
algumas que efetivamente incluem a degeneração da articulação, como a artrite
reumatóide, o que certamente exige outros cuidados. O diagnóstico diferencial de túnel do carpo
e, principalmente, que manobras e terapias são mais eficazes no tratamento de
cada um dos quadros, com destaque para a terapia do esparadrapo, fazem parte
do nosso curso Recursos Artro-musculares, módulo punho. Você pode vir ou encaminhar um amigo que
sofre deste mal, já que dispomos até de ambulatório gratuito. Mas o melhor é
você ajudar na divulgação. Cadastre-se no grupo no whatsapp
(21) 99187-3020 e, se já for cadastrado, compartilhe com amigos e grupos. |
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