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Ventosa


A ventosa é como um copo, normalmente esférico. Provocava-se a sucção da pele para dentro dela queimando-se o ar interno, que diminui de volume provocando a sucção. Dispomos de outras formas de promover a sucção, como uma pinça embebida com álcool ou uma vela, e até de equipamentos que provocam a sucção por meios mecânicos.

A pressão negativa facilita a eliminação de gases e toxinas (se colocarmos água dentro de uma ventosa, veremos pequenas bolhas subindo). A sua principal utilidade, desde a antiguidade, é a sua atuação sobre o sistema circulatório. Na atualidade, possui uso certo nos programas de lipomodelação, nas técnicas corporais de relaxamento e no tratamento de alguns males.

A ventosa era utilizada nos tratamentos com sangrias porque exsuda os líquidos locais – sangue e linfa. Caiu em desuso com o desenvolvimento da farmacologia.

Na atualidade encontra larga aplicação tanto na linha terapêutica quanto na Estética, na desportiva e na Fisioterapia (na reabilitação de luxações, hematomas e entorses), como veremos no curso.

Sim, hematomas também. Sabemos que logo após o acidente que o criou devemos utilizar gelo ou outra forma de vasoconstrição. Mas alguns dias depois, com as artérias e arteríolas devidamente recuperadas e ainda com hemácias presas no tecido intersticial, a vasodilatação é recomendável para a redução mais rápida do hematoma.

Existem três tipos de ventosas: a seca, a molhada e a deslizante.

1- A ventosa seca consiste na aplicação de um conjunto de ventosas sobre a região indicada para tratar o mal que se deseja combater. Costuma deixar marcas (hematomas), que podem ser vermelhas, marrons, roxas e até pretas, o que servirá de diagnóstico da qualidade do sangue. Como esses hematomas demoram alguns dias para desmanchar, as ventosas fixas são pouco procuradas pelo nosso povo, adepto de praia. No nosso curso, só a recomendamos em certo quadro estético.

2- Ventosa molhada. Escareia-se a pele imediatamente antes da aplicação da ventosa. Seja com o uso de martelinho apropriado, de agulha especial ou de equipamento específico, a escara promove a retirada de um pouco de sangue (assim ficará molhada). Seu uso, atualmente, é ainda mais restrito. Certamente aqui, no IBTED, não a utilizamos.

3- Ventosa deslizante. Como esta evita o hematoma ao mesmo tempo em que colhe os benefícios da técnica, tem encontrado grande utilidade entre os terapeutas. Quase não se tem registro dessa prática no passado, mas ela vem rapidamente ganhando terreno.

http://www.ibted.org.br/Figuras/Texto/vent01.jpg

Ventosas coreanas de acrílico, sucção mecânica

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Ventosas de vidro, sucção a fogo

Ventosa fixa, deslizante e auto-hemoterapia

A ventosa fixa, a deslizante e a auto-hemoterapia têm mecanismos de ação similares: aumento metabólico, com ação até no aumento da imunidade (a série branca reage positivamente com esses recursos). A ventosa fixa deixa pelo menos um hematoma, enquanto que as deslizantes, não (a não ser por descuido do terapeuta ou interesse no hematoma). Ora, num país onde o hematoma pode ser considerado uma agressão, recomendo que o uso das ventosas lisas deve se sobrepor sempre que possível ao das fixas. Afinal estamos no Brasil, onde hematomas podem ser interpretados com lesões e deixar o terapeuta à mercê de um processo.

Um pouco da história da ventosa

Autores não sabem exatamente qual povo foi o primeiro a utilizar a ventosa. Sua prática era comum pelo povo grego no séc. IV a.C., sendo mencionada nos escritos de Hipócrates, mas há quem informe seu uso no antigo Egito e pelos índios americanos. Alguns relatam que estes utilizavam chifres de búfalos e provocavam o vácuo por sucção oral no trato de mordedura de cobra e picada de insetos e escorpiões. Há quem diga que eram utilizadas na China antiga, também de chifres de búfalos e tamponadas com cera de abelha, mas um biólogo já me corrigiu dizendo que isto seria impossível porque na China antiga não havia búfalos, que têm os chifres ocos, e sim caprinos, que não. Outra correção me foi feita quanto ao uso das ventosas em mordedura de cobra e picadas: a mordida deixa o veneno no tecido, que pegará o caminho de retorno (linfático ou venoso), e não o arterial (que jorrará no corte que supostamente seria feito um corte para a sucção com a ventosa). O Instituto Vital Brazil, famoso pela produção de soro antiofídico, já emitiu diversos documentos, inclusive em campanhas escolares, orientando para não utilizarmos cortes em picadas e mordeduras: iriam agravar o quadro.

Os gregos mais antigos utilizavam uma cabaça, sendo que Hipócrates já se referia a grandes ventosas de vidro. Ele descreveu vários tratamentos à base delas. Galeno (médico do séc II da era cristã) descreve o uso de ventosas de chifres, de vidro e de latão, sendo a última, a mais utilizada, mas recomendava a de vidro para que os médicos iniciantes pudessem observar a quantidade de sangue extraída. De Hipócrates até o século XVIII, a ventosa participa praticamente de todos os escritos médicos, ora como ferramenta de apoio à sangria (ventosa molhada), ora como opção a ela (em alguns casos, recomendava-se a ventosa seca). Há relatos de indicação das ventosas para praticamente todos os males, nas mais variadas partes do corpo e para quase todas as idades.

As outras opções terapêuticas médicas correntes eram a hidroterapia, o jejum, a colonterapia e as sanguessugas, sendo que estas são consideradas substitutas das ventosas molhadas. O uso desses vermes aquáticos (há várias espécies) iniciou na Grécia antiga. Acreditava-se que elas extraíam o sangue com os "humores mórbidos", promovendo a cura, sendo seu uso comum na Idade Média. Chegaram a ser criadas em fazendas especializadas. A França, por exemplo, após esgotar a produção nacional, importou 40 milhões desses vermes em 1833, que eram aplicadas por barbeiroscirurgiões (as barbearias eram o local de venda das sanguessugas e os barbeiros recebiam uma licença especial para aplicá-las).

Para Ilkay Chirali (pg. 3), a ventosaterapia é utilizada na China há centenas de anos, inicialmente feita de chifre de gado (coerente, pois há centenas de anos que para lá foi enviado gado).  Para Antônio Cunha (pg.15), a ventosaterapia ocidental européia obteve o seu sucesso terapêutico no oriente através do Japão, há 30 anos aproximadamente... divulgada pelo Dr Kuroiwa. Informação não coerente: a ventosa sempre foi coadjuvante nas sangrias. Desde a época de Hipócrates que as ventosas são utilizadas para a extração de sangue. A sangria não consistia em cortar artérias, que jorrariam muito sangue, mas na escarificação da pele e aplicação de ventosa no intuito de retirar o sangue. A retirada do sangue com as ventosas sempre foi importante para exsudar o tecido: mais seco, sairia menos sangue e linfa do tecido durante a assepsia, reduzindo o risco de infecção.

Os principais usos da ventosa

Como veremos no curso, a Fisiologia colaborou confirmando ou modificando os principais usos da ventosa: tensão muscular, hipertensão arterial, problemas respiratórios, intoxicação, melhoria na qualidade do sangue, dor em cicatrizes cirúrgicas, celulite, furunculose, estrias, reabilitação de entorses e luxações.

Contraindicações

As ventosas também têm suas contraindicações, como dermatites, psoríase, micoses, cortes e hematomas recentes, insuficiência cardíaca, hipertensão do fogo, quadros fúngicos, bacterianos e viróticos (em problemas pulmonares, ponderar as vantagens), osteoporose e na terceira idade.

Veja um vídeo no YouTube com a ventosa de bambu: Bambu-Ventosa. Quando o bambu se torna uma ventosa e outra manobra diferencial.

Relação de textos e vídeos com Ventosa

Sobre o curso Ventosa


Bibliografia

CUNHA, Antônio Augusto. Ventosaterapia. São Paulo: Ícone.

Chirali, Ilkay Zihni. Ventosaterapia. São Paulo: Roca.

KIM, Danielson. Suma de diagnósticos secretos para tratamento com a ventosaterapia. DONG YANG.

 

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